A produção industrial brasileira avançou 0,7% em agosto frente a julho, mas ainda mostra contração. Na comparação com igual mês de 2013, recuou 5,4%, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste ano, acumula queda de 3,1%. Apesar do cenário negativo, os setores que se beneficiaram com a Copa do Mundo ainda mantêm saldo positivo. O exemplo mais claro é o da chamada linha marrom, na qual está incluída a produção de TVs, que recuou 18,2% entre julho e agosto, mas no acumulado do ano, preserva resultado positivo de 9,1%.
O número já foi maior. No primeiro trimestre, o segmento acumulou avanço de 52,2%, impulsionado pela demanda aquecida no período imediatamente antes do Mundial, quando as vendas de TVs tradicionalmente aumentam no País. Nos três meses seguintes, parte dos ganhos foi revertida, com queda de 6,1%. A mesma situação é vivida pelo segmento de bebidas, que recuou 2,6% entre julho e agosto, mas no ano permanece em alta: após subir 3,4% no primeiro trimestre e 4,5% no segundo trimestre, mantém crescimento de 2,3% no ano.
O efeito positivo, no entanto, é balanceado pela queda generalizada de muitos setores no acumulado de 2014, segundo o IBGE, apenas 14 dos 24 ramos de atividades pesquisados tiveram expansão em agosto. No mês, destaque para o avanço de 2,4% no setor de indústrias extrativas, sexto resultado positivo consecutivo. O segmento de bens intermediários, que responde por quase 60% da composição do indicador, já recua 2,6% nos primeiros oito meses do ano. Já o segmento de bens de capital, considerado indicador do nível de investimento do setor, recua 8,8%, influenciando a queda acumulada de 3,1% da indústria geral.
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