Há duas semanas, estava em um almoço com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, no qual ele apresentava sua perspectiva para o desempenho da economia brasileira em 2015. Terminada a explanação, começaram as perguntas da plateia.
A grande maioria orbitava sobre um tema central: a incerteza. Como fazer um planejamento adequado em um período recheado por tantas variáveis econômicas e políticas? Como informar aos acionistas, estrangeiros ou não, dos diferentes caminhos que a economia pode trilhar? Como projetar resultados, avaliar investimentos e estabelecer ganhos de participação de mercado em cada segmento do negócio?
Independentemente da visão de Fraga sobre o comportamento econômico em 2015, a incerteza permanecerá, em razão do momento do Brasil, mas também pelo cenário internacional.
E planejar em cenários tão mutantes não é missão fácil. Afinal, quem poderia apostar que há três meses Marina Silva seria uma concorrente importante na eleição à presidência? Na ocasião, ela nem era candidata.
É claro que acredito na relevância do planejamento, como um balizador para investimentos e alocação de recursos. Mas penso que quando observo planejamentos que fiz há três anos e comparo com o que de fato aconteceu, percebo que ocorreram desvios significativos de rota. Tudo muda a todo momento, principalmente em um país como Brasil.
Em um encontro com o consultor de planejamento estratégico Nick Van Heck aprendi uma lição interessante. Baseado em uma análise de planos estratégicos de várias empresas e sua aderência ao que realmente aconteceu na prática, Nick concluiu que tão importante quanto o planejamento é a capacidade de a empresa ler e se adaptar as mudanças que certamente surgirão.
Para isso, cabe à liderança cultivar essa postura de aprendiz em toda a organização e praticar a constante adaptabilidade, entendendo o que já mudou e, proativamente, capitalizar essa mudança em beneficio da empresa.
Em tempos de incertezas, achei esse conselho ainda mais relevante e resolvi compartilhar com vocês.
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