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Bancos privados reduzem o crédito para pequena e média

Dessa forma, o foco se dá em linhas com menos pontencial de calotes.

A oferta de crédito dos grandes bancos privados para as micro, pequenas e médias empresas recuou no ano passado. No Itaú Unibanco, a retração foi de 3,9% entre dezembro de 2012 e o mesmo período de 2013. Na mesma base de comparação, a carteira do Santander teve queda de 7,6%. Apenas o Bradesco apresentou alta, de 11,5%.

Segundo o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, a expectativa é que o crédito voltado para as pequenas e médias volte a crescer em 2014, mas em ritmo menor do que outras linhas. A prioridade do banco continuará sendo os créditos consignado, imobiliário e grandes empresas.

"Ainda há muito espaço para o crescimento do crédito consignado e no imobiliário. Em grandes empresas a demanda tende a aumentar em 2014 por conta das concessões que estão sendo promovidas pelo governo federal que impulsionam investimentos", afirmou Setúbal.

Para especialistas, isso é reflexo da postura dos bancos em fugir de empréstimos com maior risco de inadimplência. Dessa forma, o foco se dá em linhas com menos pontencial de calotes. O balanço dos bancos demonstra esse movimento no ano passado.

A carteira de crédito para grandes empresas do Itaú Unibanco totalizou R$ 190,14 bilhões em dezembro de 2013, alta de 20,4% ante um ano antes. No Santander, o crescimento nesse segmento foi de 19,3%, e no Bradesco, 10%.

O professor do Ibmec/RJ, Mauro Rochlin, acredita que quando o governo federal decidiu usar os bancos públicos para reduzir as taxas de juros, em 2012, os bancos privados foram obrigados a acompanhar para não perder espaço no mercado. Esse movimento, no entanto, foi acompanhado de uma análise de crédito mais rigorosa.

"Os bancos privados acompanharam o movimento de redução dos juros, mas ficaram mais rigorosos nos critérios de concessão. Essa postura mais cautelosa explica porque o crédito para grandes e pequenas empresas teve redução no ano passado", afirmou o professor do Ibmec/RJ.

As alternativas de financiamento são escassas. As chamadas factorings, que operam com descontos de recebíveis, são uma das principais fontes de recursos para milhares de pequenas companhias brasileiras que não conseguem recursos junto aos bancos. O volume movimentado pelo setor, de R$ 100 bilhões, cresceu 11% no ano passado e a previsão é que avance mais 20% em 2014, segundo a Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac).

"As alternativas para os empresários são restritas. As factorings são importante e se tornaram a principal alternativa para as companhias de pequeno e médio porte que não conseguem crédito junto aos bancos. O setor tem um trabalho importante de complementar o serviço do sistema financeiro", afirmou Mauro.

"A retração dos empréstimos nos bancos abre espaço para atuação das empresas do nosso segmento que passam a ser uma alternativa de financiamento para as pequenas e médias ", analisou o presidente da o presidente da Anfac, Luiz Lemos Leite.


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