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Burocracia na empresa também afeta desempenho da equipe

Uma análise de desempenho bem feita tem potencial para trazer muitos benefícios para a empresa

É cada vez mais comum as empresas adotarem sistemas que possibilitam a avaliação do desempenho de seus profissionais. São medições como essa que permitem a implementação de estratégias como a meritocracia, que premia os funcionários conforme o cumprimento de metas. Essas avaliações, entretanto, podem acabar deixando de fora um dos fatores chave para o sucesso de uma organização: a burocracia interna ou como funciona o modelo de gestão da empresa.

Eduardo Carmello, palestrante e diretor da Entheusiasmos Consultoria em Talentos Humanos, explica que é muito comum a ideia de que o desempenho de uma equipe é única e exclusivamente dado pelas competências dos talentos das pessoas. Ele conta que há mais dois fatores que influenciam a produtividade: a habilidade do gestor (de orientar, engajar e capacitar) e o modelo de gestão da empresa, envolvendo o desenho da estratégia e a cultura que fomenta esse processo.

“Muitas vezes a análise de um problema é feita de forma superficial, atribuindo-se a falha no desempenho e na produtividade única e exclusivamente ao talento. Se você aprofundar um pouco mais, vai perceber que essa falha não está necessariamente nele, podendo estar num desenho estratégico errado ou mesmo na cultura burocrática da empresa”, comenta.

Como exemplo, ele cita o caso do SUS (Sistema Único de Saúde). Muitos costumam pensar que o problema está na qualidade dos médicos quando, na verdade, esses profissionais enfrentam condições ruins de trabalho, falta de recurso e apoio, além de arcar com toda a tensão e o sofrimento dos pacientes. Segundo ele, “esse não é um problema de talento, mas de sistema”.

O diretor da Entheusiasmos ressalta que implementar modelos de gestão de pessoas ignorando aspectos como a estratégia e o modo como a organização executa suas atividades leva quase sempre a uma rejeição dos processos de avaliação de desempenho. “As pessoas detestam esse tipo de avaliação exatamente porque ele não é bem conduzido, transferindo os problemas para os profissionais e ignorando as dificuldades que o sistema impõe aos empregados no dia a dia de cada um. Se a avaliação desconsidera os problemas do sistema, não pode colocar a culpa pelo mau desempenho no funcionário”, ressalta.

Carmello explica que uma análise de desempenho bem feita, que leve em consideração os pontos normalmente negligenciados, tem potencial para trazer muitos benefícios para a empresa. Dessa forma estaria ajudando a redesenhar o modo de operação da empresa, facilitando a vida dos gestores e abrindo o caminho para que a equipe possa ter bom desempenho.

“Se você conduzisse bem, olhando para a equipe, para a liderança e para o sistema, aí sim seria possível um cenário em que a empresa e o talento cresçam e os problemas de afastamento, engajamento e retenção de pessoas diminuam sensivelmente. Assim que se constitui um modelo maduro de gestão”, finaliza.


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