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Vendas no varejo sobem apenas 0,2%

Setor de veículos é um dos que tem pior desempenho ao registrar queda de 1,4% em março, terceiro resultado negativo consecutivo

Fonte: Estadão

A atividade econômica ainda em ritmo lento neste início de ano explica uma quase estabilidade nas vendas do comércio varejista em março, segundo o IBGE. O volume de vendas subiu apenas 0,2% em março, em relação ao mês anterior, apontou a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

Apesar disso, o resultado foi bem recebido por analistas que esperavam um indicador ainda pior. Contribuiu também para o otimismo a revisão dos dados de fevereiro pelo IBGE, que passou de uma queda de 0,5% para a estabilidade (0,0%). "Avaliamos que, de um modo geral, o comércio continua tendo um desempenho favorável, a despeito dos fracos resultados no segmento de veículos. Isso decorre da forte expansão da massa salarial nos últimos meses, bem como da retomada da confiança do consumidor", disse Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco.

No varejo ampliado - que inclui as atividades de veículos e peças e material de construção -, a expansão nas vendas foi um pouco maior, de 0,6% em março. Mas o setor de veículos e peças recuou 1,4%, o terceiro resultado negativo consecutivo. "A inadimplência tem aumentado muito, exatamente nos financiamentos dos automóveis novos. As financeiras não estão liberando empréstimos para automóveis como vinham fazendo anteriormente", justificou Reinaldo Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. Apenas quatro entre 10 atividades do varejo ampliado tiveram expansão.

Volume. A demanda reprimida por eletrodomésticos, as desonerações fiscais e a queda nos preços de alguns produtos beneficiaram as poucas atividades que registraram aumento no volume de vendas. Os destaques positivos foram móveis e eletrodomésticos, vestuário e calçados, artigos farmacêuticos e de perfumaria e material de construção.

Dentro da atividade de móveis e eletrodomésticos, houve um recuo de 7% nos últimos 12 meses nos preços de aparelhos eletroeletrônicos, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Além dos preços baixos, há também uma demanda reprimida por eletroeletrônicos. Quem tem uma TV de tubo quer trocar por uma de LCD", afirmou Pereira.

No caso dos tecidos e vestuário, a explicação para o aumento nas vendas deve-se à troca de coleção pela chegada da nova estação, enquanto os produtos farmacêuticos mantêm-se com volume regular de vendas por causa dao envelhecimento da população, que usa mais medicamentos de uso continuado.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aposta nos setores de móveis e eletrodomésticos, de supermercados e de materiais de informática e comunicação para alavancar o crescimento do varejo. A previsão é de uma expansão de 7% em 2012.

"A queda nos preços dos bens duráveis foi fundamental para um consumo forte nesse início do ano. A desaceleração da inflação e o aumento da massa salarial também vêm alimento um crescimento de hiper e supermercados", ressaltou Bruno Fernandes, economista da CNC. "A perspectiva é boa."


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