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Inovação é necessária para reinventar um negócio

Medida permite a sobrevivência das empresas no mundo competitivo; no PR três mil empresas aderiram o conceito

O Brasil coloca à disposição das empresas e instituições cerca de R$ 10 bilhões por ano para serem aplicados em inovação - para o período entre 2007 e 2010 os recursos públicos com esta destinação somam R$ 41,2 bilhões. No entanto, o número de empresários que investem no setor ainda é baixo. Em todo o país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge), nos últimos três anos, 30 mil empresas implementaram uma ou mais inovações. Dessas, três mil são do Paraná. Com a proposta de despertar a atenção para o assunto, a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) promove entre 26 e 28 de abril, em Curitiba, a 10 Conferência Anpei. A expectativa é reunir 700 pessoas, entre representantes da iniciativa privada, universidades e poder público. O tema é ''Cooperação para inovação sustentável'' (leia nesta página).

''Inovação não é fazer uma coisa radical. Vai desde o elementar até uma patente. E não precisa ser grande, os empresários de qualquer porte podem inovar'', destaca Ronald Martin Dauscha, diretor da Anpei e do Centro de Inovação, Educação, Tecnologia e Empreendedorismo do Paraná (Cietep), ligado à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), co-organizadora da Conferência. Ele esteve em Londrina ontem para divulgar o evento, acompanhado de Mario Barra, também representante da Anpei.

No mundo competitivo, a inovação é necessária para reinventar um negócio a fim de torná-lo mais atraente. Segundo Dauscha, dados do IBGE apontam que as empresas do Paraná investem em média R$ 200 mil em pesquisa e desenvolvimento. O valor é abaixo do registrado em estados como Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cujos investimentos são entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. Isso, conforme Dauscha, mostra que a prática da inovação está concentrada em alguns setores como agronegócio, moveleiro, papel e celulose, enquanto poderia ser disseminada também para as pequenas e médias empresas.

O diretor da Anpei informa que há diversas linhas de financiamento (Finep, BNDES, CNPQ) para os empresários interessados em investir em projetos de inovação. ''Há linhas com juros baixos ou fomentos não reembolsáveis (a fundo perdido)'', observa. Dauscha completa, porém, que projetos neste sentido dependem de cooperação. ''Inovação, definitivamente, não se faz sozinho'', diz, citando a existência de diversas instituições como órgãos públicos, universidades e fundações.

Dauscha afirma que empresas com ''líderes mais abertos'', que incentivam a participação dos funcionários nas decisões, têm mais chance de se tornarem inovadoras. Ele diz ainda que, ao contrário dos países desenvolvidos, o Brasil ''ainda é muito incipiente na área de capital de risco'' e que o país precisa passar por uma mudança de cultura. ''Nos Estados Unidos, quando perguntam se você já faliu e a resposta é positiva, eles dizem 'que bom que você já errou'. Aqui, não te dão chance'', constata.

Gisele Mendonça

 

Foco está na sustentabilidade

O foco da inovação tem que estar voltado para a sustentabilidade. Esta será a discussão central da 10 Conferência Anpei, que acontece em Curitiba, de 26 a 28 de abril, com o tema ''Cooperação para inovação sustentável''. Além das palestras, serão apresentados 55 casos de sucesso de empresas inovadoras. ''Eles foram selecionados entre 105 casos que recebemos'', informa Mario Barra, membro da Anpei. Três deles são considerados de ''muito interesse'' e serão apresentados pela Madeplast (Curitiba) e as multinacionais Mahle Metal Leve e Dow Química Brasil.

Segundo Barra, a Madeplast vai mostrar como conseguiu colocar no mercado a madeira plástica, um ''produto idêntico à madeira, mas que não polui e nem devasta florestas''. A Mahle falará do desenvolvimento de óleo para caminhões que dura o dobro do tempo dos existentes no mercado (é trocado a cada 40 mil quilômetros) e pode ser descartado sem prejuízo para o meio ambiente. No caso da Dow Química, a inovação está na criação de uma estrutura feita de um plástico especial utilizada na recuperação das redes de esgoto da Cidade do México.

Barra explica que a inovação sustentável pode ajudar a diminuir a desigualdade social no mundo. Ele relata que total de 6,3 bilhões de habitantes do planeta, cerca de quatro bilhões de pessoas recebem menos de US$ 3 dólares por dia e apenas 800 milhões ganham mais de US$ 15 mil por ano.

Entre as palestras de destaque no evento está a do professor da Universidade de Cornell (EUA), Stuart L. Hart. Ele vai mostrar como os investimentos realizados nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, utilizando tecnologias limpas, são uma vantagem competitiva para as companhias e resultam em oportunidades de negócios e abertura de novos mercados.

As inscrições para a 10 Conferência Anpei podem ser feitas por meio do site www.anpei.org.br/xconferencia.


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