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Veículos: produção e vendas desabam

Na comparação com julho, a produção subiu 5,3%, mas as vendas caíram 7,6%.

As montadoras de veículos registraram nova queda na produção em agosto, outro mês marcado por vendas abaixo das expectativas, refletindo a fraca atividade econômica brasileira e baixa oferta de crédito. Enquanto a produção de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 22,4% sobre igual mês do ano passado, a 265,9 mil unidades, as vendas diminuíram 17,2%, para 272,5 mil unidades, informou ontem a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), "As vendas ficaram abaixo da expectativa inicial", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan. Na comparação com julho, a produção subiu 5,3%, mas as vendas caíram 7,6%.

Já no acumulado do ano até agosto, a produção chegou a 2,1 milhões de veículos, recuo de 18% comparativamente a mesma etapa de 2013, com as vendas caindo 9,7%, para 2,2 milhões de unidades. O forte declínio tem como pano de fundo um cenário de demanda mais fraca no mercado interno, com maior seletividade dos bancos em aprovar financiamentos e com as montadoras seguindo pressionadas por estoques elevados. Mas as exportações da indústria também caíram: menos 50,6% em agosto em relação a um ano antes. No acumulado de 2014, o recuo é de 38,1%, para 235,4 mil veículos.

Para Moan, a situação no segundo semestre deverá melhorar, parte em função da maior oferta de crédito. A Anfavea manteve as expectativas para o ano, que tinham sido reduzidas em julho: queda de 10% na produção, de 5,4% nas vendas internas e de 29,1% nas exportações. Apesar de reconhecer que as estimativas para este ano ainda representam "desafio bastante grande", Moan disse que a Anfavea não fará revisões antes de setembro e outubro, para sentir o impacto de medidas implementadas pelo governo com o objetivo de estimular a concessão de crédito. Em agosto, o setor registrou menos 1,4 mil empregos.

Máquinas e implementos

Já as vendas de máquinas agrícolas no atacado atingiram 6.464 unidades em agosto, alta de 1,4% ante julho e recuo de 17,1% ante agosto de 2013, informou a Anfavea. Com o resultado, as vendas acumulam retração de 18,9% no ano até agosto, sobre igual período de 2013, para 45.838 unidades, e a produção registra queda de 14,6%, para 57.254 unidades. As exportações de máquinas agrícolas também caíram, no acumulado do ano até o mês passado: 16,1%, para US$ 1,9 bilhão.

O País registrou queda também nas vendas de implementos rodoviários, de 10,68% de janeiro a agosto deste ano sobre a mesma fase de 2013, mostram dados da Associação Nacional dos fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir). Em oito meses, as empresas produziram e distribuíram 103.925 unidades, volume inferior aos 116.354 nos mesmos meses do ano passado. "A indústria sentiu diretamente os reflexos da queda na atividade econômica no primeiro semestre", disse o presidente da entidade, Alcides Braga, em nota.

A Anfir lembra, porém, que medidas tomadas pelo governo em favor do setor poderão limitar as perdas, estimadas em torno de 10% para este ano, em relação a 2013. Dentre as medidas, destaque para a última iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES), que colocou à disposição do programa Procaminhoneiro a modalidade de crédito leasing para financiamento de implementos rodoviários, caminhões e demais produtos. O benefício é destinado a autônomos, micro e pequenos empresários e vai operar com taxa anual de 6%. Anteriormente, o BNDES já havia ampliado a parcela financiável de implementos rodoviários no programa PSI/Finame. (Agências)

CNI revisa contas e prevê queda maior para a indústria

A utilização da capacidade instalada e o faturamento da indústria brasileira subiram em julho ante o mês anterior, em parte devido ao maior número de dias úteis em relação a junho, informou ontem a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar da melhora, a entidade rebaixou ainda mais as projeções para a atividade este ano. Agora estima queda de 1,7%, em relação à retração de 0,5% projetada anteriormente. A recessão técnica da economia brasileira no primeiro semestre e o desempenho ruim da indústria no período são os motivos apresentados pela CNI para a revisão. A nova projeção é baseada na suposição de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro avançará apenas 0,5% este ano, ante previsão anterior de expansão de 1%.
As contas do mês de julho mostram que o uso da capacidade instalada da indústria subiu para 81%, interrompendo sequência de cinco meses de queda, conforme dados dessazonalizados, ante dado revisado de junho de 80,4%. O faturamento real dessazonalizado avançou 1,2% em julho na comparação com o mês anterior, após a forte queda de 6,3% em junho. As horas trabalhadas na produção aumentaram 2,6% e o emprego recuou 0,2% na mesma base de comparação. Já a massa salarial caiu 0,2%, enquanto o rendimento médio real teve alta de 0,1%.
A confederação atribui parte da melhora dos indicadores industriais ao menor número de dias úteis em junho frente a julho, por conta da realização da Copa do Mundo de futebol, voltando a ressaltar que o quadro continua sendo de dificuldade. "Mesmo com o crescimento das horas trabalhadas, do faturamento e do uso do parque fabril, o quadro da indústria ainda é de desaquecimento", informou a entidade, em comunicado.
No acumulado até julho, o faturamento do setor industrial recuou 5,1% frente a igual período de 2013, enquanto as horas trabalhadas na produção caíram 2,3%. O emprego industrial encolheu 0,6% nos mesmos períodos comparados, enquanto a massa salarial recuou 0,2%.


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