O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira (22), acompanhando as oscilações da divisa dos Estados Unidos em relação a outras moedas de países emergentes, diante de renovadas preocupações com as tensões geopolíticas em torno da Ucrânia.
A moeda norte-americana avançou 0,27%, a R$ 2,2418 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de US$ 1,5 bilhão.
Para o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca, os desentendimentos na Ucrânia continuam preocupando os investidores.
— Então eles correm para se proteger no dólar (comprando a moeda).
Os Estados Unidos anunciaram hoje que vão enviar cerca de 600 soldados norte-americanos para a Polônia e os três Estados bálticos para participar de exercícios nos próximos dias e tranquilizar os aliados da Otan após a tomada da região ucraniana da Crimeia pela Rússia, informou o Pentágono.
A notícia vem após o acordo internacional firmado na semana passada para evitar o conflito mais amplo na região, que havia trazido alívio aos mercados globais, ser abalado nos últimos dias. Homens armados separatistas pró-Moscou não têm indicado que vão deixar os edifícios governamentais que ocuparam no leste da Ucrânia.
Investidores temem que o impasse possa se intensificar, possivelmente traduzindo-se em sanções mais duras. Os Estados Unidos informaram que decidirão "em dias" sobre sanções adicionais se a Rússia não adotar medidas para implementar o acordo.
Nesse contexto, o dólar ganhava terreno em relação a moedas como o peso chileno, o peso mexicano e a lira turca.
Sessão
Apesar das tensões políticas, o pregão foi marcado por poucas oscilações, diante da agenda esvaziada de indicadores econômicos domésticos e da constante intervenção do BC no câmbio. Na mínima do dia, chegou a R$ 2,2347 e, na máxima, a R$ 2,2510.
Para o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano, o mercado entende que o dólar nesse patamar está confortável para o Banco Central.
— O BC continua atuando (desse jeito) e não muda a estratégia.
Pela manhã, a autoridade monetária deu continuidade às atuações diárias vendendo a oferta total de até 4.000 swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares. Foram 800 contratos para 1º de dezembro deste ano e 3.200 contratos para 2 de março do próximo, com volume equivalente a US$ 198 milhões.
Em seguida, também vendeu a oferta total de até 10 mil swaps em leilão para rolagem dos contratos que vencem em 2 de maio. Até agora, o BC já rolou cerca de 62% do lote total, que corresponde a US$ 8,733 bilhões.
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