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Empresários têm dificuldades para conseguir cartão BNDES

Os dados mais atuais (maio de 2013) mostram que o número de cartões habilitados é de 586.176.

Empresários de negócios de menor porte, que se encontraram na última sexta-feira com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho revelaram a ele que há uma dificuldade para conseguir o cartão BNDES, o que o preocupou.

De acordo com Coutinho, o cartão é uma das principais ferramentas de acesso ao crédito para a micro, pequena e média empresa. E o volume de emissões e crédito concedidos vem crescendo nos últimos anos. "Meu sonho é chegar a um milhão de cartões emitidos e esse número já está um pouco defasado porque são mais de 5 milhões, hoje, de pequenas empresas", comentou durante evento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Os dados mais atuais (maio de 2013) mostram que o número de cartões habilitados é de 586.176. E em quatro anos foram concedidos R$ 33,5 bilhões em créditos.

"Eu já tento emitir o cartão há três anos e me foi negado", disse um dos empresários presentes no evento. Outro também comentou que a dificuldade se encontra ao falar com o gerente da instituição financeira e sugeriu que o BNDES abrisse um canal de comunicação direta com o pequeno empresário para que esse informasse suas dificuldades. Coutinho afirmou que irá avaliar todas as propostas mencionadas.

Outra participante disse que mesmo com o Fundo Garantidor para Investimentos (BNDES FGI) - que serve como um complemento das garantias oferecidas pelas empresas às instituições financeiras -, o banco intermediador se nega a conceder o crédito do BNDES.

Para o presidente do banco de fomento, esse fundo é um dos principais instrumentos de conciliação com o cartão e para baixar os spreads (diferença entre taxas) das instituições financeiras nessas operações. "O BNDES FGI é algo novo. Mas meu sonho é que ele decole", comentou.

De acordo com ele, o objetivo do fundo é facilitar a obtenção de crédito por micro, pequenas e médias empresas, o que também inclui empreendedores individuais, e caminhoneiros autônomos. "Iremos ampliar as parcerias com instituições financeiras, de modo que o risco dos bancos diminua ao emprestar para empresas de menor porte", informou aos empresários.

Coutinho afirmou que o BNDES dá como garantia até 80% do valor de crédito solicitado. "Esses outros 20% é porque o banco [intermediário] deve arcar com algum risco, para dar mais segurança à operação", acrescentou.

"É um produto que tem tudo haver com a pequena empresa. Dois terços das operações desse fundo são para empresas que nunca tiveram acesso ao crédito", apontou, ao exemplificar a importância do BNDES FGI.

Os dados mais recentes divulgados pelo banco de fomento mostram que já são mais de R$ 2 bilhões de financiamentos cobertos por sua garantia. Até o momento da divulgação, eram 12 instituições financeiras operando a garantia, incluindo grandes bancos comerciais no País.

No primeiro semestre deste ano a proporção dos desembolsos absorvidos por micro, pequenos e médios negócios entre o resultado total (R$ 88,339 bilhões) foi de 37% (R$ 32,353 bilhões). O número de empresas que acessaram recursos do BNDES atingiu 178 mil, aumento de 10,6% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

Nova linha

Na oportunidade, o presidente do Conselho da Pequena Empresa da FecomercioSP, Paulo Feldmann, entregou ao Coutinho o projeto Emprega-Fácil, cujo objetivo é criar uma linha de crédito especial, via BNDES, para estimular a contratação de novos empregados pelas micro e pequenas varejistas.

Questionado pelo DCI se essa proposta, que prevê, entre outras questões, a solicitação de empréstimo para empregar dois novos empregados, poderia ser ampliada para outros setores, ele respondeu que "sim". "Para nós é importante que se dê a apoio ao varejo. Porque o BNDES nunca apoiou o pequeno comércio, historicamente. É o setor que mais predomina a pequena empresa. De quase seis milhões de pequenas, metade disso é do comercio, sendo que a grande maioria disso é do varejo. E estamos vendo uma redução do consumo, o que nos preocupa", acrescentou.

Coutinho afirmou que irá avaliar o projeto da Fecomercio. "Como gestor público, recebendo uma proposta que favorece o emprego tenho obrigação de examinar com toda a atenção", informou. Segundo ele, atualmente, não tem como dissociar crescimento da economia da expansão das empresas pequenas.


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