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BC volta a atuar e dólar recua para R$ 2,029

Analistas veem queda de braço com mercado. Bovespa cai 1,02%

Os riscos da crise grega, que ameaça tragar toda a Europa, voltaram ontem a provocar nervosismo no mercado financeiro no Brasil. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em queda pelo terceiro dia consecutivo, com desvalorização de 1,02%, aos 54.063 pontos e volume negociado de R$ 7,2 bilhões. E, pelo segundo dia consecutivo, o dólar comercial fechou em queda, com mais uma atuação do Banco Central (BC) vendendo contratos tradicionais de swap cambial, o que equivale à venda de dólares no mercado futuro. A divisa recuou 0,49%, a R$ 2,027 na compra e R$ 2,0290 na venda. No mês, sobe 6,41% e, no ano, a valorização chega a 8,6%.

No mercado de câmbio, o BC vendeu 11,3 mil contratos de swap cambial dos 40 mil ofertados em operação no início da tarde, equivalentes a US$ 562,5 milhões. Na quarta-feira, houve duas atuações do BC no câmbio. Para analistas, há uma queda de braço entre mercado e BC pelo patamar do dólar. Apesar de ter ofertado US$ 2 bilhões em contratos de swap cambial, o BC vendeu só US$ 562,5 milhões.

- Isso demonstra que o atual patamar do dólar é irreal e tem componente especulativo. Se há demanda por dólares no mercado futuro e o BC oferece o contrato de swap cambial por que não consegue vender tudo? Isso significa que o mercado espera que o dólar se valorize ainda mais - diz Darwin Dib, economista da CM Capital Markets.

O contrato futuro de dólar, com vencimento em junho de 2012, caía 0,36%, a R$ 2,027, no fechamento.

Ações de construtoras sobem até 11% na Bolsa

O Ibovespa chegou a cair mais de 2% durante o dia, mas recuperou-se no fim do pregão, com a melhora das bolsas americanas e uma valorização dos papéis de construtoras. Em maio, o Ibovespa perde 12,55% e, no ano, 4,74%. Entre as ações de maior peso no Ibovespa, Vale PNA caiu 1,30% a R$ 36,32; Petrobras PN perdeu 2,75% a R$ 18,60; OGX Petróleo ON caiu 3,47% a R$ 11,11; e PDG Realty ON subiu 11,07% a R$ 3,40, a maior alta do Ibovespa. Entre as maiores altas, além da PDG, ficaram as ações ON da Rossi Residencial com alta de 5,09% a R$ 5,57 e as ON da Brookfield com ganho de 3,64% a R$ 3,70.

Segundo Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora, os fluxos mostraram novamente pesados saques de estrangeiros na Bovespa. Segundo dados da BM&FBovespa, os saques de investidores na Bolsa em maio, até o dia 21, somaram R$ 3,1 bilhões, maior valor mensal desde outubro de 2008, auge da crise.

- Com os riscos na Europa, falta investidor no mercado capaz de evitar a queda da Bolsa. - disse Pereira.


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