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Queda dos juros, um primeiro passo

A primeira queda na taxa básica de juros dos últimos quatro anos tem um significado para a economia brasileira que vai muito

A primeira queda na taxa básica de juros dos últimos quatro anos tem um significado para a economia brasileira que vai muito além da aparentemente modesta redução de 0,25 ponto porcentual anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

O recuo da Selic representa, na verdade, o apontamento de uma tendência que, se mantida, dará novo fôlego aos agentes econômicos para o início da recuperação que o País tanto almeja.

O setor industrial, por exemplo, pode pensar na retomada gradativa do nível de produção, com reflexos em toda a cadeia de negócios até chegar ao comércio e ao consumidor final.

Paralelamente, a situação fiscal se beneficia com a redução dos juros pagos pelo governo na administração de sua dívida, atenuando com isso um déficit nas contas já previsto em R$ 170 bilhões até o final deste ano.

Com a inflação também descendente nos vemos diante da possibilidade de um círculo virtuoso finalmente instalar-se entre nós, provocando novas reduções nos juros e sinalizando aos agentes econômicos que o pior da crise realmente já passou.

Contudo, devemos manter em mente que a febre diminuiu, mas o paciente continua enfermo, à espera de um tratamento completo para ser novamente saudável. A terapia mais eficaz passa, obrigatoriamente, por reformas estruturais como a previdenciária e a trabalhista.

Permanecemos, portanto, na dependência da boa vontade por parte do governo e do Congresso Nacional, para que os temas mais relevantes da economia brasileira sejam finalmente encarados com a coragem e a disposição que merecem.

Nossa grande crise é a política, e o atual enfrentamento entre os poderes legislativo e judiciário, dependendo do seu desfecho, pode atrapalhar os esforços do País na busca pela retomada do crescimento, formando assim um cenário sombrio, onde todos sairiam perdendo.

Que o bom senso predomine neste momento decisivo e a preocupação com o País esteja à frente de quaisquer outros interesses, por mais legítimos que possam parecer.

(*) Luiz Carlos Casante é economista e sócio da Via Invest Serviços Financeiros


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