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Crédito à pequena empresa estica

Bancos dão prazo maior e taxa menor depois do aperto nas linhas de consumo

 

As micro, pequenas e médias empresas têm financiado suas operações do dia a dia com linhas de capital de giro de prazos maiores e, em alguns casos, a preços mais baixos, apesar do atual ciclo de alta da Selic. Com as medidas de aperto ao crédito, tomadas pelo governo no fim do ano passado, com ações endereçadas à pessoa física, houve um certo deslocamento da oferta dos bancos para a base da pirâmide do segmento empresarial, que proporciona retornos tão bons quanto os portfólios de consumo e na qual há menor exigência de capital. A força da concorrência tem se traduzido em condições mais favoráveis para os empresários.

Nas estatísticas do Banco Central (BC), tal política se reflete na ampliação dos prazos médios nas carteiras de pessoa jurídica como um todo, com 392 dias em abril, em comparação aos 388 dias de março. Com a inadimplência sob controle, os bancos têm sido encorajados a esticar o vencimento das operações.

"Ao alongar os prazos, além de reter clientes, o banco pode capturar parte do ganho que não teve com a pessoa física, após as medidas macroprudenciais, que visaram as carteiras de consignado e veículos", diz o diretor de crédito do Banco do Brasil (BB), Walter Malieni.

 

Na média, os juros cobrados pelo mercado no capital de giro subiram só 0,5 ponto percentual de janeiro para cá, indo a 29,8% ao ano, em comparação ao ajuste de 1,25 ponto percentual na Selic.

O Bradesco, que até o fim do ano passado oferecia capital de giro de 12 a 24 meses, criou duas novas linhas, com prazos de 36 meses e 48 meses, com juros de 2,70% ao mês, em comparação aos 3,5% cobrados anteriormente. O HSBC estendeu em abril a linha, que oscilava entre 7 e 12 meses, para 18 e 24 meses, premiando as empresas boas pagadoras com uma ou duas prestações gratuitas ao fim do contrato. No Santander, tal bonificação pode chegar a três parcelas, em operações adimplentes com vencimento em 36 meses. O BB já tinha oferta de 24 meses, mas a demanda aumentou porque há mais propaganda na rede. Na Caixa, os prazos foram mantidos, entre 12 e 24 meses, mas o custo, de abril para cá, até caiu, de 1,89% para 1,70%.

 


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