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Mercado volta a reduzir projeções de inflação

Começam a crescer no mercado as apostas de uma redução no passo do aperto, que passaria para 0,5 ponto percentual.

Dois dias antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que termina amanhã, e influenciado por dados mostrando desaceleração da economia, o mercado voltou a reduzir as projeções para a inflação deste ano. Pela segunda semana consecutiva, economistas e analistas que respondem à pesquisa Focus, do BC, puxaram para baixo a estimativa para a inflação oficial. A mediana das expectativas para o IPCA em 2010 passou de 5,45% para 5,42%. Há um mês, o mercado apostava em 5,61%.

Os demais índices também recuaram. As projeções para o IGP-DI de 2010 caiu pela quinta semana, de 8,68% para 8,58%. O IGP-M esperado passou de 8,89% para 8,79%. Já o IPC-Fipe baixou de 5,15% para 5,12%. As estimativas para o IPCA de julho também foram reduzidas de 0,21% para 0,1%.

Ontem, na contramão da expectativa dos analistas do mercado financeiro, o IPC da Fipe relativo à segunda quadrissemana do mês avançou para 0,12%, ante elevação de 0,10% no levantamento anterior. Na segunda quadrissemana de junho, a inflação na capital paulista havia sido de 0,03%.

Os analistas ouvidos pelo Banco Central mantiveram a expectativa para o ciclo de aperto monetário promovido pela autoridade monetária. A mediana indica a Selic em 12% ao ano no fim do ano, com duas novas elevações de 0,75 ponto percentual e mais uma de 0,25 ponto em outubro. Para 2011, a projeção se manteve em 11,75% ao ano.

Como a coleta de dados para a pesquisa foi feita até sexta-feira, o Focus não captou um início de mudança nessas projeções. Começam a crescer no mercado as apostas de uma redução no passo do aperto, que passaria para 0,5 ponto percentual.

O Bradesco, por exemplo, divulgou ontem relatório apontando essa desaceleração no ritmo de alta da taxa básica, que subiria 50 pontos bases e poderia fechar o ano abaixo dos 12% projetados anteriormente. O estrategista-chefe do WestLB, Roberto Padovani, acredita em alta de 0,75 ponto no encontro de quarta-feira, mas avalia que esse seria o último movimento do Copom, deixando a taxa estável em 11%.

Os novos dados de desaceleração da economia começam a entrar no cenário dos analistas, como o índice de atividade econômica do BC, IBC-Br, que indicou estabilidade em maio, além de números menos vistosos de emprego e vendas de varejo. As prévias de inflação também têm saído abaixo das projeções de mercado.

Na semana passada, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ressaltou que o BC não toma decisão de forma antecipada e que todos os dados disponíveis entre as reuniões são levadas em conta a cada novo encontro do Copom.


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