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Indústria volta a faturar como antes da crise

Segundo a CNI, as vendas cresceram 3,3% em fevereiro, em relação a janeiro, superando níveis de setembro de 2008

Fonte: Estadão

O faturamento real da indústria de transformação subiu 3,3% em fevereiro, superando o patamar de setembro de 2008, anterior ao início dos efeitos da crise financeira mundial no Brasil. A recuperação ocorreu sem pressionar o uso da capacidade instalada das empresas, de acordo com os indicadores industriais divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O nível de utilização do parque industrial em fevereiro ficou em 80,4%, mesmo patamar de janeiro, o que indica, segundo a CNI, que as indústrias têm capacidade de atender à demanda sem provocar inflação.

A última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sinalizou que será necessário elevar a taxa básica de juros a partir deste mês para conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia. Para a entidade da indústria, no entanto, os dados da indústria não sustentam a análise do Copom.

"A existência de certa ociosidade no setor industrial, mesmo com crescimento forte da demanda, mostra que há espaço para que a oferta responda positivamente com o aumento da produção", disse o economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco.

Segundo ele, aumento da inflação pode ocorrer por causa de fatores sazonais, como as fortes chuvas em alguns Estados, o que deve elevar os preços dos hortigranjeiros, e em função do reajuste de alguns contratos de prestação de serviços. "Essas pressões de inflação pouco se originam no setor industrial", disse.

Efeito IPI. Castelo Branco admitiu, no entanto, que pode haver um aumento nos preços de bens duráveis, como eletrodomésticos e automóveis, por causa do fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Além do faturamento, as horas trabalhadas na produção e o emprego cresceram em fevereiro, consolidando o processo de recuperação iniciado no fim do ano passado.

Para o economista da CNI, o aumento da produção com estabilidade no uso do parque fabril significa que projetos de expansão entraram em operação.

Castelo Branco acredita que está havendo a redução da ociosidade excessiva. O nível de utilização da capacidade industrial ainda está três pontos porcentuais abaixo de setembro de 2008, considerado o marco de referência para comparações com indicadores registrados antes do início dos efeitos da crise financeira global no Brasil.

Destaques

Principais dados dos Indicadores Industriais de fevereiro:

Faturamento real Superou o patamar de setembro de 2008

Horas trabalhadas

Crescem por seis meses consecutivos

Emprego

Cresce pelo 7º mês seguido

Capacidade instalada

Manteve-se estável, não devendo causar pressão inflacionária


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