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Janeiro registra queda de inadimplência de pessoa jurídica

Indicador Serasa Experian de Inadimplência mostra queda de 14,6% em relação ao mesmo mês de 2009

A inadimplência das empresas teve, em janeiro, queda de 14,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior – o maior recuo desde março de 2008, conforme o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas, divulgado na última sexta-feira (26). A queda maior ocorreu nas empresas de grande porte, com 36,7%. As médias empresas tiveram queda de 25,7% na inadimplência e as pequenas empresas 12,9% no mesmo período de comparação.

Com base nos dados divulgados, especialistas da Serasa afirmaram que a queda da inadimplência está mais lenta nas micro e pequenas empresas (MPEs) em relação às demais. O motivo para esse quadro estaria – segundo eles - diretamente ligado a permanência de dificuldades que as pequenas empresas ainda enfrentam no acesso ao crédito.

O analista do Sebrae, João Silvério, chama a atenção para o fato do indicador não analisar separadamente o número de inadimplência de micro e pequenas empresas. “O dado das microempresas está agregado ao das pequenas empresas. Esta análise conjunta pode causar distorções”, avalia.

Para João Silvério, “o indicador referente às pequenas empresas é resultado natural, quando se analisa um período de menor atividade econômica, como é marcado o início do ano. É natural que a inadimplência diminua, afinal de contas, os agentes financeiros e os próprios consumidores ficaram mais comedidos”, disse.

Além do período analisado e da cautela na produção e no consumo, outro fator que justifica o indicador apresentado pela Serasa é o acesso ao crédito. “Durante o período da crise financeira internacional, os recursos internos ficaram em grande parte disponíveis para as médias e grandes empresas. Dessa forma, também é natural que a taxa de inadimplência diminua (-36%) de forma acentuada entre elas. Já as pequenas empresas tiveram menos acesso a esses recursos e com menos velocidade”, afirma Silvério.

A Serasa considera micro e pequenas empresas aquelas com faturamento líquido anual de até R$ 4 milhões, critério diferente do previsto na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa e pela Receita Federal. Segundo a legislação vigente, são enquadradas como micro aquelas com receita bruta igual ou inferior a R$ 240 mil, e como pequenas as com receita brutal superior a R$ 240 mil e igual ou inferior a R$ 2,4 milhões.

Na análise mensal - dezembro de 2009 contra janeiro de 2010 -, a inadimplência das empresas avançou 3%. Para os especialistas da Serasa, tal crescimento foi determinado pelo maior volume de títulos protestados em janeiro em relação ao último mês de 2009, uma alta de 20,7%. Já a inadimplência com os bancos manteve-se praticamente estável em fevereiro, crescimento de apenas 0,1%, ao passo que, em janeiro de 2010, houve recuo de 14,5% na quantidade dos cheques devolvidos por falta de fundos (2ª devolução) emitidos por pessoas jurídicas.

Por porte, as grandes empresas registraram uma evolução de 18,2% em sua inadimplência na comparação mensal de janeiro de 2010 com dezembro de 2009 que se deve à dificuldade de suas empresas clientes, as quais estão repondo estoques, e das exportadoras. Nas médias empresas, o crescimento da inadimplência foi de 16,5%, principalmente nas empresas exportadoras. Na pequena empresa, o incremento verificado foi de 1,9%, pois o aumento no rigor dos critérios para concessão de crédito tornou a obtenção de capital mais difícil para este segmento.

Segundo os especialistas da Serasa a perspectiva é que a inadimplência das pessoas jurídicas, no primeiro semestre deste ano, apresente evoluções menores. O crédito deve se normalizar gradualmente.


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