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Classe média pode ter alívio no IR

Fonte: Estadão

Lu Aiko Otta e Sérgio GobettiO governo pretende criar novas alíquotas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), todas abaixo do teto atual, que é de 27,5%, para dar um alívio à classe média e liberar dinheiro para o consumo. Essa medida, que faz parte do arsenal anticrise do governo, estava em discussão ontem à tarde no Ministério da Fazenda para ser submetida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reforma da tabela do IRPF era, segundo se discutia ontem, a peça principal do minipacote de bondades que poderá ser divulgado ainda hoje.Além do alívio aos assalariados, estava sobre a mesa o corte do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas e jurídicas - uma forma de reduzir o custo do crédito, tão criticado por governo e empresários.A indústria também pode ser beneficiada com reduções pontuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As montadoras são fortes candidatas a esse benefício. Os técnicos haviam descartado outras propostas ventiladas, como a desoneração da folha e a dispensa temporária de recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).LIMITEA grande dificuldade, ontem, era acomodar as medidas na previsão de arrecadação de 2009. Existia um limite para as bondades, que era algo em torno de R$ 15 bilhões. Para não ultrapassar esse valor máximo, medidas entravam e saíam do pacote a cada minuto. “Está o maior quebra-pau”, descreveu um auxiliar do ministro da Fazenda, Guido Mantega.Um dos poucos pontos de concordância era a reforma da tabela do IRPF. Não se sabia, porém, qual seria a intensidade do alívio tributário. O mais provável é que o governo mantenha a correção das faixas atuais do imposto nos 4,5% já previstos em lei e, como novidade, institua duas novas alíquotas, de 10% e 25%, que se juntariam às atuais, de 15% e 27,5%.Atualmente, por exemplo, quem recebe salário de R$ 10 mil tem seu salário repartido em três fatias: os primeiros R$ 1.372,81 são isentos; a segunda parcela até R$ 2.743,25 é tributada em 15%, e a fatia entre esse valor e os R$ 10 mil sofre um desconto de 27,5%. Ao criar alíquotas intermediárias de 10% e 25%, o governo proporciona um alívio tributário que, segundo apurou o Estado, pode ultrapassar os R$ 1 mil por ano para alguns contribuintes.O auxílio à classe média foi sinalizado por Mantega, que almoçou ontem com os presidentes das centrais sindicais. Eles apresentaram vários pedidos para reduzir a cobrança do IRPF. O ministro respondeu que algumas das propostas seriam acolhidas. Porém, não disse quais, pois elas ainda teriam de passar pelo crivo do presidente.Se for aprovado, o minipacote de bondades deverá ser apresentado hoje, durante reunião de Lula com empresários. Em seguida, as medidas serão divulgadas.


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